17 abril 2011

Terroir - Poema de Afonso Rocha / Música Lilac Wine - Jeff Buckley



Terroir

Quando bebi
a última gota

pensei em ti
bem madura
doce

como uma passa de uva
e na nossa efemeridade

e de como ele
o vinho
era uma
amálgama
do teu corpo
e do meu sentir

personalidade forte
com caráter
expansivo
aromas florais
excelente terroir
otimos taninos
e
bom prolongamento
de boca

Quanto melhor for
ele
o vinho
mais sedutor se torna
para um prazer
inigualável
de nós

Unique

E hoje
quando olho
para a garrafa
vazia
dou por mim
a cheirá-la...
na esperança
de um odor...
que me leve até países distantes...

onde a madrugada se espreguice
na areia molhada da praia
o cheiro a maresia se confunda
com o nascer do Sol...
e a espuma das ondas
beije meus pés nus...

A sensatez que Deus me deu
e a calmaria do Mar
são o Sal da minha língua...


                                                                   afonso rocha

7 comentários:

F. Capelli disse...

Amigo afonso tens de me dizer qual é a marca dessa "pomada". Alentejo? Algarve? Douro? Ribatejo?
Boa semana de "terroir" e muitos taninos.
Amanhã ou depois passo pelo atelier.Abraço.
Fernando Capelli (Nando)

F. Capelli disse...

Afonso estou cá de novo. Esqueci-me(deve ser tb do "terroir" que bebi.
Mouchão. Conheces? Deves conhecer porque o que é que tu não comheces meu amigo?) de te dizer que continues porque tens uma excelente veia poética.Desconhecia totalmente. Foi a Lu que me falou nos teus poemas pois recebeu email teu. A tua escultura (agora minha) continua a fazer um sucesso no jardim. Depois falamos. Abraço e beijinho da Lu e da minha filha Glória.

Ana Tapadas disse...

O passado como referência num belo poema de saudade. Adorei.
Bjs

Fátima disse...

Caro poeta

Conseguiu transferir ao vinho um sabor singular
Único!
Conseguiu colocar em uma taça
desejos incontidos,
sonhos coloridos...
desejosos de sonhar.

Embebede-se, sim, meu amigo!
Perca os sentidos nesse terroir.
Não ligue para a efemeridade...
Se a personalidade é forte
e o caráter expansivo
e se os aromas são floridos... Embebede-se!

Mesmo que a mucosa oral
fique meio amarrada pelos taninos.
Esse vinho, pela sua descrição, parece ser tão genuíno...
Beba!

Ergo, agora, uma taça
e brindo a esse seu poema, tão lindo...
E brindo a sua incrível sensibilidade!
Bendita uva... bendito vinho
que fez embriagar-me desse seu poema.
Parabéns poeta!
Posso brindá-lo, posso?
TIM TIM!

Com carinho
Fátima

Patrícia Gonçalves disse...

como é bom se perder dentro de uma taça a buscar aromas de um ontem, inspirando os sentidos nos traços rubis...

à vida!!!

beijos querido!

OutrosEncantos disse...

soberbo poema, soberba escolha musical. inquietante o primeiro video, muito belo.
beijo.

Páscoa feliz!

Jean Valjean disse...

Soberbo!