Sopro final
Minhas mãos são roseiras bravas
que colhem lágrimas de sangue
em meu rosto
Meus olhos são penumbras de ti
envoltos em névoa parda
E o meu cérebro recusa-se a pensar
no silêncio das profundezas do oceano
das palavras não escritas
em que navego à deriva...
Minha dor
abafa o meu grito
como golfinho ferido
Intenção vã
de o salvar da tempestade
anunciada
Meu sorriso
já não é o mesmo
ao aproximar-me das falésias
de escarpas famintas
onde cada gaivota espera
o meu sôpro final...
afonso rocha
6 comentários:
Tás um poeta e peras Afonso
Um abraço
Luis
Não podias ter escolhido melhor tema musical, não apenas por ser Pedro Abrunhosa de quem gosto de paixão, mas porque o poema dessa canção é simplesmente fabuloso.
Quanto ao teu poema...
BELISSIMO!!!
Sentido, sofrido, da alma...!
Adorei.
Beijo.
Nada mais doloroso que navegar a deriva, por entre palavras não escritas, que estão cravadas em nosso peito como um punhal...
Belíssimo música e poema...
Beijos meus
Talvez assim aprendas a viver, pá.
Tens de ser mais esperto.
Perdeste.
E esta, heim?
Anónimo...
postei o seu comentário, porque assim talvez leia a ninha resposta.
Ganhar ou perder é tudo uma questão de humildade...e prefiro a inteligência que à esperteza.
Não sei a que se refere...ao que perdi. Provávelmente perdi o meu tempo a dar-lhe protagonismo no meu blogue.
Como inteligente não me escondo no anonimato...
e dos espertos não reza a história...
Todos temos os nossos sofrimentos, os nossos segredos, fomes e sedes, insónias, raivas...
... ventanias e tempestades, relâmpagos a explodir no peito... e
... trovões a estoirar na cabeça...
TODOS!...
Há os que não têm vergonha de se expôr...
... há os que se sabem proteger, mas nem por isso sofrem menos, e têm uma forma curiosa de se enganar a si próprios... é magoando os outros!...
E tens razão, Amigo, saber viver não é para os inteligentes, sim para os espertos!
Tem mensagem p'ra ti no Mimos, Afonso! Abraço.
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