20 junho 2011
Teia - Poema de Afonso Rocha / Música de James Blunt - Goodbye My Lover
Teia
Recebi o punhal de mãos abertas. E a salvação. Como quem recebe algo místico. Mas com a sensação de presente envenenado. Roubaste-me o coração. Do peito aberto caem folhas secas, onde outrora dormiam frutos coloridos e doces. Roubaste-me a seiva. Meu corpo amolgado é prensado. Restam apenas duas lágrimas. Uma de fel, outra de mel. Roubaste-me a matéria. Mas a vida renasce. Transformado em húmus. Árvores gigantes com troncos hercúleos brotarão da terra negra. Onde os escolhidos se abrigarão e serão amados.
Com sorrisos.
afonso rocha
12 junho 2011
ESCRAVOS...NÃO - Poema de Afonso Rocha
Escravos...não
Desço da ponte de mim onde as româs
se abrem como uma flor suspensa de ti
Olho com prazer teus mamilos eretos
envoltos na bruma cinzenta da noite...
Vislumbro nenúfares acariciando tua pele
e fico seduzido pelo teu cheiro a terra...
Aproximo-me enrolas-te tímida...
e como amantes transformamo-nos
em flor de lótus iluminando a noite escura
Almas selvagens errantes sussurram
na noite miragens que iluminam os dias
onde corpos se fundem alucinados
numa amálgama de frutos flores e sêmen...
Onde os ramos de tangerineira
formando coroas caem no abismo dos vivos
perfumando o ar que respiram...
Seremos deuses adúlteros ou selvagens
escravos...NÂO
afonso rocha
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